sábado, 20 de agosto de 2011

Andifes realiza seminário sobre “Educação a distância e a Expansão das Universidades Federais”

A Andifes realizou no dia 16 de agosto o seminário “Educação a Distância e a Expansão das Universidades Federais”


O seminário faz parte do ciclo de atividades da Andifes para construir diretrizes para uma expansão das universidades federais. A ideia foi reunir vários atores do cenário de EaD, como os Grupos, de Trabalho de Tecnologia de Informação e Comunicação (CGTIC), de Graduação das universidades federais (Cograd), e de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das universidades federais (Copropi) bem como os Fóruns de Pró-Reitores de Extensão (Forproex), de Planejamento e Administração (Forplad) e de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace) da Associação. O Objetivo é ampliar a discussão nas Universidades e assim buscar ideias, procedimentos e aprimoramento para a expansão do Ensino a distância.

O seminário visou estabelecer, por meio das contribuições dos coordenadores, assessores, pró-reitores, reitores e reitoras, um diagnóstico da modalidade a distância, bem como definir o  seu papel para a formação de pessoas num futuro projeto de expansão das universidades federais.

Neste sentido o Presidente da Andifes, reitor João Luiz Martins (Ufop) explicou que a Associação está trabalhando com temas estruturantes com objetivo de construir diretrizes que venham a delinear as dimensões necessárias e suficientes para um futuro projeto de expansão das Universidades Federais. Por isso, o presente seminário é parte integrante desta construção. O Brasil é um país de dimensão continental e seria bem improvável a construção de uma universidade pública em cada cidade para o atendimento dos jovens e adultos, hoje, excluídos da Educação Superior.

Dessa forma, a modalidade a distância estabelece uma forma viável de acesso e de compromisso social, haja vista seu papel, quando desenvolvido com qualidade, na transformação das pessoas e consequentemente numa efetiva contribuição para que possamos ter um país mais justo, solidário e igual.

Não obstante, o presidente ressaltou que qualquer encaminhamento teria necessariamente que passar pelas questões atuais no que se refere a democratização do acesso, pelo financiamento e modelos, pela questão de pessoal e equipes de trabalho, pela arquitetura pedagógica dos cursos, pela infraestrutura de pólos e da sede, pela questão da Tecnologia da Informação e Comunicação e pelas novas tecnologias.

O seminário foi dividido em quatro mesas de debate. A mesa inicial falou sobre “Convergência entre a EAD e a Graduação presencial nas universidades”; a segunda “Infraestrutura e novas tecnologias”; a terceira “Aspectos pedagógicos na EAD” e a quarta mesa “Regulação e perspectivas da EaD”

Convergência entre a EAD e a Graduação presencial nas universidades
A reitora Maria Lúcia (UFMT) garantiu que a democratização, a inclusão e interação do estudante por meio do ensino a distância favorecem a qualidade de expansão. Ela disse que a EaD é tão significativa e qualitativa quanto a modalidade presencial. “Nós já avançamos em pós-graduação, mas na graduação ainda precisamos ir mais adiante”. Ela propõe também a dinamização da Universidade Aberta do Brasil, ampliação da licenciatura, bacharelados, pós-graduação, extensão e educação continuada. A reitora apresentou uma proposta de ampliação da oferta dos cursos de bacharelado em todas as áreas.

Infraestrutura e novas tecnologias
O professor Luiz Paulo Mercado (Ufal) falou do tema infraestrutura e novas tecnologias. Mercado fez uma comparação da geração antiga com a nova. Ele afirma que aqueles jovens que nascem inseridos em tecnologia são conhecidos como “nativos digitais” e por isso estão muito a frente daqueles que têm que se adequar a realidade de hoje. “A tecnologia usada na universidade cresceu em grande parte devido a EaD”, afirma o professor. Luiz Paulo informou que de 2002 a 2007 o crescimento de EaD foi de 3890%.

Aspectos pedagógicos na EAD
A professora Maria do Carmo coordenadora de EaD da Ufop apresentou modelos pedagógicos para funcionamento da EaD. “Precisamos de elementos essenciais para um planejamento pedagógico do Ensino a Distância com qualidade, como: propósitos definidos, organização de tempo e espaço e organização social da classe”, disse Maria do Carmo.
Regulação e perspectivas da EaD


O diretor, João Carlos Teatini, de Educação a Distância da CAPES abordou a consolidação do sistema de Universidade Aberta no Brasil. Ele afirmou que a participação das universidades federais neste sistema é muito importante. “Hoje três quartos dos alunos do sistema UAB são das federais de um total de 160 mil alunos matriculados na graduação e pós graduação lato sensu”. Neste sentido ele afirma que o trabalho em conjunto com a Andifes irá ajudar na qualidade deste sistema.

Teatine disse que houve um avanço muito grande no Ensino a Distância no Brasil nos últimos anos. O número de alunos inscritos nos cursos de EaD no ano passado chegava a 900 mil, enquanto que à dez anos atrás esse número não chegava a 5 mil.

O diretor afirmou ainda que a educação presencial não compete com a educação a distância. Ele explica que elas devem ser usadas em sintonia, de acordo com os equipamentos disponíveis, da necessidade das pessoas e disponibilidade para cursar um curso presencial.

O diretor, Hélio Chaves, de Regulação e Supervisão em Educação a Distância do MEC falou que a educação a distância é uma das principais modalidades para a democratização e precisa chegar, principalmente, no interior dos Estados. “Precisamos ir aonde o ensino presencial não chega. É preciso regular e estruturar uma proposta coerente para fazer da educação a distância uma política permanente. Somente assim conseguiremos avançar,” disse Hélio.

sábado, 6 de agosto de 2011

Pesquisa revela que 7 milhões de brasileiros estudam via internet

O número de usuários de internet no Brasil ultrapassa 63 milhões, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e, 11% deles – o equivalente a quase 7 milhões de internautas – estudam ou já estudaram à distância pela web. É o que aponta um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Segundo o levantamento, dentre os brasileiros que fazem cursos on-line, 22% têm ensino superior, e 21% pertencem à classe A. Além disso, 12% deles são homens, e 10% são mulheres. A maior concentração de estudantes está na faixa de idade que vai de 25 a 34 anos (16%), o restante está bem distribuído entre os brasileiros de 16 a 44 anos.
A educação à distância vem conquistando cada vez mais adeptos no país. Prova disso é que nos últimos sete anos, a procura de alunos por esse modelo de estudos disparou mais de 2.000%, passando de 40,7 mil para 838,1 mil estudantes matriculados no período.
Fonte: band.com.br

Educação a distância facilita acesso de adultos ao ensino

O número de analfabetos com mais de 15 anos no Brasil passou de 16,63% para 7,3% da população brasileira. Porém, ainda que tenha havido redução, hoje há 13,9 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever, segundo dados do censo 2010 do IBGE. Uma maneira de facilitar a adesão ao ensino é apostar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) a distância, que permite que os estudantes organizem os próprios horários.

Entre as instituições disponíveis em São Paulo, está o Centro de Ensino a Distância (Cead), que dá aulas online de ensino médio e de segundo ciclo do Ensino Fundamental (a partir da 5ª série). Com foco no EJA, a escola possibilita ao estudante fazer cada série em seis meses. “O aluno estuda de acordo com a documentação que tem. Se fez o primeiro ano, tem só os próximos dois para cursar”, afirma a coordenadora pedagógica do Cead, Virgínia Torres.
O estudante paga R$ 340 o semestre e cursa uma disciplina por vez. “O aluno administra a própria agenda, mas orientamos para que agrupem os conteúdos por áreas de conhecimento: exatas, humanas e línguas”, afirma Virgínia. A coordenadora conta que a maioria dos alunos chega até a escola para ter uma melhor qualificação dentro do mercado de trabalho.
A carioca Gabriela Moraes, 35 anos, está aproveitando os benefícios do ensino a distância desde março. Dois anos atrás, tentou estudar o Ensino Médio de maneira tradicional, mas teve seu esforço frustrado. Com uma grande carga horária do trabalho, confeccionando figurinos para escolas de samba e shows, foi reprovada por faltas. “Às vezes, saio do serviço às 17h, mas em outras preciso ficar até a meia-noite. Tenho que estar disponível, então deixei o estudo de lado”, diz.
Agora, estudando online, Gabriela consegue manter o ritmo. “Tenho acesso à internet em casa e no trabalho. Então posso tirar uma ou duas horas do meu dia para isso”, comemora. A estudante fez o ensino fundamental, mas teve de começar a trabalhar muito cedo para ajudar a família. “À distância eu vou conseguir. Mesmo que eu chegue de madrugada, é possível cumprir as tarefas”, afirma.
Assim como Gabriela, outras 99 pessoas cursam o Ensino Médio a distância promovido pela parceria entre a Fundação Trompowsky, o Centro de Estudos de Educação a Distância (Cenad) do Colégio Realengo, no Rio de Janeiro, e a editora Maximus. Pessoas com, no mínimo, 18 anos, que tenham o Ensino Fundamental completo e que vivam no estado fluminense podem se inscrever durante todo o ano. O curso, que compila os três anos em apenas um, é organizado com uma disciplina por vez. Assim, a oferta de vagas é constante e, independentemente de quando inicia, o aluno se forma em 12 meses.
Anália Mol, coordenadora-geral do curso pela Fundação Trompowsky, explica que o caso de Gabriela não é isolado. A maioria dos estudantes que buscou as aulas está há muito tempo sem estudar e busca módulos de educação a distância devido à praticidade e à flexibilidade para estudar. “Aqui, a sua sala de aula está aberta 24 horas por dia. O aluno faz o horário dele”, conta. A mensalidade é de R$ 95,00.
Os únicos dias presenciais são as datas das provas, ao final de cada disciplina, sempre aos sábados, no Polo de Apoio Presencial escolhido pelo aluno no momento da inscrição. Ao todo, são 11 polos, distribuídos em diversos bairros do município do Rio de Janeiro e em outras cidades do Estado, como Itaguaí, Mesquita, Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti.
Cada conselho ou secretaria de educação de cada Estado estipula como tratar a questão do ensino médio a distância, credenciando algumas instituições. Assim, apesar de a internet possibilitar que alunos estudem de qualquer lugar do País, o estudante deve buscar escolas locais

Governo de SP anuncia criação da Escola Virtual

Um decreto do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve ser publicado no Diário Oficial, cria a Escola Virtual de Programas Educacionais, a Evesp. O objetivo é que o órgão trabalhe os conteúdos da educação básica (ensinos fundamental e médio) utilizando ferramentas de tecnologia da informação e comunicação.

“Não vamos tirar ninguém da sala de aula. O trabalho da Evesp será oferecer formação regular e de capacitação principalmente para os alunos que não conseguem se locomover”, explica Herman Voorwald, secretário estadual de Educação.
Para isso, devem ser utilizadas a infraestrutura e as metodologias da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), o programa de expansão do ensino superior criado em outubro de 2008. “A Univesp é o nosso braço ágil”, diz Voorwald.
Ações. O nome do responsável pela coordenação da Evesp ainda não foi definido, segundo o secretário, mas as duas primeiras ações já estão definidas: conteúdo de línguas estrangeiras em escolas regulares e atuação no sistema prisional paulista.
No caso do ensino de idiomas, a Evesp dará suporte aos Centros de Ensino de Línguas Estrangeiras (CELs). Existem 105 deles no Estado e a expectativa é de que 50 mil estudantes dos ensino fundamental e médio assistam 136 aulas de inglês oferecidas em formato presencial, mas com acesso a conteúdo virtual e sob a supervisão de um tutor. “Até o fim do ano queremos chegar a 100 mil alunos e ampliar a oferta de idiomas, como o espanhol”, afirma Voorwald.
Teleaula na prisão. O outro foco já estipulado de atuação da escola virtual serão as unidades prisionais do Estado. A previsão é de que o início das aulas aconteçam no segundo semestre deste ano. Inicialmente, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária, serão atendidos cerca 12 mil detentos nos ensinos fundamental, médio e profissionalizante.
O trabalho será feito em 100 unidades prisionais e o conteúdo será ministrado por meio de teleaulas em salas que também estarão equipadas com computadores. O material didático impresso será fornecido pela Secretaria de Educação e cada unidade terá um professor, além de alguns detentos que poderão atuar como monitores, pagos pelo serviço. “Teremos matriz curricular e carga horária definida. A diferença é que o modelo da Evesp vai permitir flexibilidade de tempo e de espaço”, explica o secretário.
Polêmica. A implantação desse modelo de ensino nas prisões paulistas atende a um outro decreto do governo, de março deste ano, que institui um grupo de trabalho com a finalidade de propor políticas educacionais para os encarcerados.
São Paulo possui a maior população carcerária do Brasil: há 170 mil presos e presas no Estado, somando os que cumprem pena em regime fechado e os que aguardam julgamento. Desse total, mais da metade, 95 mil, não possuem o ensino fundamental completo.
O modelo de educação a distância(EaD), no entanto, não é bem-vindo pelas organizações que trabalham com o tema. No fim do mês passado, em seminário que discutiu os desafios para a implementação de diretrizes nacionais sobre a educação em prisões, houve críticas à EaD.
O formato resolveria o problema do ponto de vista prático, já que cumpre a lei que garante o direito do preso à educação, mas não teria resultados efetivos, uma vez que a situação peculiar dos alunos exige a presença de profissionais habilitados.
Oportunidade de estudo
8,8% dos 170 mil presos de SP realizam alguma atividade educacional
34,4% dos detentos do País estão em SP
Fonte: Agencia Estado

MEC estabelece novas regras para cursos de especialização

O Ministério da Educação define novas regras para a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu. O parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), homologado pelo ministro em exercício, José Henrique Paim, no dia 1º de agosto, extingue o credenciamento especial de instituições não educacionais – conselhos de classe, sindicatos, organizações profissionais – para a oferta de cursos de especialização (pós-graduação lato sensu).

Essas instituições poderão continuar a oferecer os cursos que serão considerados livres ou poderão ser credenciados na modalidade strictu sensu, como mestrado profissional, sujeitos à regulamentação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A exceção serão as escolas de governo, criadas e mantidas pelo poder público, que poderão oferecer cursos de pós-graduação lato sensu, independente de credenciamento especial do MEC.
Até agora, cerca de 100 instituições possuíam o credenciamento especial. Aos estudantes matriculados até 31 de julho de 2011, será assegurado o direito ao certificado do curso como pós-graduação. Ao todo, há cerca de 400 processos entre credenciamento e recredenciamento de instituições, que a partir de agora serão arquivados.
As novas regras para a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu serão publicadas nesta sexta-feira, 5, no Diário Oficial da União.

Distância modifica paradigmas

“O aluno tem de ser capaz de construir o edifício de seu próprio conhecimento”. Assim o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto, define a mudança de foco que ocorre no ensino, fruto das alterações tecnológicas e de relações das últimas décadas. Segundo ele, estão com os dias contados as relações “prato feito”, nas quais os educadores oferecem uma quantidade limitada de informação que os alunos devem absorver. “Como a popularização da internet, essa lógica não tem como se manter. O aluno hoje busca um novo professor”.
Para o especialista, o aluno da EAD, apesar de beneficiado pelas facilidades temporais e geográficas, precisa ter mais motivação e disciplina do que o da modalidade presencial. “E preciso mais tempo para leitura e participação nas discussões online. A educação a distância também tem menor nível de flexibilidade em relação a prazos. O aluno não pode chorar para o professor”, lembra Litto.
Em condições, no entanto, não têm desanimado os estudantes: os níveis de abandono e evasão da modalidade a distância é bastante similares aos da presencial. O presidente da ABED afirma que o perfil de quem procura a EAD colabora para esse resultado: “São alunos mais maduros, que já trabalham e têm família. Não largam seus cursos, pois dependem deles para o futuro profissional”.
Para garantir que os esforços sejam recompensados pela instituição de ensino, Litto explica que os interessados precisam pesquisar a reputação dos cursos antes de se matricular, fazendo, se possível, experiências gratuitas. “O aluno deve exigir o máximo de sua escola, com especial atenção ao material ofertado, número de tutores e à qualidade dos exames.”
Fonte: Folha de São Paulo

Tecnologia na educação - Escolas têm desafio de educar crianças já inser...

Ensino à distância ganha credibilidade

Ao ter uma plataforma digital, os cursos de EaD possuem um potencial de comunicação multidirecional, ou seja, a interatividade entre professor e aluno e entre os próprios colegas é infinita
Cartola - Agência de Conteúdo
Especial para Terra

Quando Daniel Filippon resolveu voltar à faculdade 10 anos depois, em 2009, deparou-se com mensalidades altas e horários fixos demais para a sua vida atual. "A rotina me mata e voltar para a universidade me custaria a parcela de um apartamento por mês", recorda. A solução foi fazer o curso escolhido, Gestão da Tecnologia da Informação, à distância, na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). "Agora pago metade do preço de um curso tradicional", afirma o aluno, que monta os seus próprios horários de estudo.
Esse é o principal objetivo da educação à distância: a flexibilidade. "Aquele que procura essa modalidade não tem disponibilidade de se deslocar para um determinado lugar e estar presente em 75% das aulas", explica o especialista em Tecnologia Educacional Wendel Freire sobre um modelo de ensino que cresce 40% ao ano. "Escolha e adequação não são decididas por um educador ou por um sistema qualquer, mas pelo indivíduo e pelas suas demandas", completa.
Freire alerta para a escolha do curso. O aluno interessado no ensino a distância deve descobrir o máximo possível sobre a estruturação do curso, desde o modelo de tutoria e da formação dos professores até o tempo de resposta às solicitações do aluno, além das ferramentas de comunicação e de seus usos. Além disso, sempre é válido buscar informações fora da instituição, como fez Filippon. "Levei em conta a indicação de alguns colegas e o fato de que a Unisul é referência nacional EaD", afirma.
Outra questão importante na hora da escolha é o formato. Ao ter uma plataforma digital, os cursos de EaD possuem um potencial de comunicação multidirecional, ou seja, a interatividade entre professor e aluno e entre os próprios colegas é infinita. Porém, muitos deles estruturam-se como um modelo unidirecional, em que o aluno apenas recebe conteúdo. "Isso os torna tecnicistas e devem ser evitados, pois não exploram o que há de mais positivo da presença das novas tecnologias: a liberação do polo de emissão", lamenta Freire.
Apesar das possibilidades interativas que a tecnologia trouxe para o universo dos estudos, a convivência entre os alunos ainda faz falta para quem estuda nesse novo formato de aulas. "É quase zero, eu gostava muito de conviver com os colegas na época em que estava na faculdade normal", lembra Filippon. Porém, Freire acredita que há, sim, convívio entre os estudantes, já que essa estrutura de ensino inclui encontros presenciais, fóruns e chats. "Veremos em um futuro breve uma aproximação das plataformas de ensino à distância com os formatos comunicacionais das chamadas redes sociais", diz. Para o educador, assim as relações entre os colegas ficará mais estreitas, o que vai possibilitar a diminuição do que, nao sua opinião, é o maior problema da educação à distância, que é o alto índice de evasão.
Outro problema já em parte superado no Brasil reside no preconceito com esse modelo pouco tradicional de ensinar. "A palavra 'distância' acaba carimbando nessa modalidade a ideia de que não há proximidade, o que não é verdade, pois muitas vezes acontecem mais interações nesses espaços do que no ensino presencial", conta Freire. Para Filippon, há quem olhe com cara feia para os EaDs, porém o mercado de Tecnologia da Informação - acostumado com o mundo digital - dá menos valor para o formato da graduação e mais para o reconhecimento do profissional. "O canudo agora é só para definir contratação, não se analisa onde a pessoa estudou", opina.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Como ensinar e aprender na era da Geração Y, Geração Net, Geração Digital e Geração Rede?

Integrar adequadamente tecnologia e educação para que professores possam ensinar em um novo cenário e alunos possam aprender melhor é um dos grandes desafios que enfrentamos nas últimas décadas, que se acentuou com o surgimento da internet em larga escala na década de 1990, com o desenvolvimento de mundos virtuais como o Second Life a partir neste milênio e, mais recentemente, com a incorporação das redes sociais à educação. O espaço, tanto para a reflexão sobre essa integração quanto para sua aplicação é o universo da tecnologia educacional ou, expressão utilizada neste livro, informática educativa.
Com este texto, Ivanilson Costa registra sua contribuição tanto para a discussão teórica quanto a prática do uso educativo da informática. Sem ser raso nem confuso, ele consegue costurar perspectivas importantes de vários autores, como Jean Piaget, Alvin Toffler, Philippe Perrenoud, José Manuel Moran, Paulo Freire e Seymour Papert. Com essa fundamentação, ele discute de forma fluida a integração das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) à educação e ao currículo, a relação entre as NTIC e o lúdico e a formação de professores, dentre outros temas.
Neste livro, leitor, você passeará por conceitos interessantes como internetês, alfabetização digital e freeware, e terá também uma ideia de como dispositivos diversos, como celulares, ipods, games, wikis e blogs podem ter seu lugar na educação das novas gerações que recebemos em nossas escolas e universidades. Mas com a ressalva - e esta é uma das mensagens principais deste livro - de que o professor continua a ter um lugar privilegiado no processo de ensino e aprendizagem que utiliza essas ferramentas ou tecnologias. Como afirma o Ivanilson: “A tecnologia sozinha não potencializa a aprendizagem se não for aliada à prática pedagógica do professor.” Ou numa bonita citação: “Nada substitui um bom professor que sabe muito e consegue dividir seu conhecimento numa relação respeitosa e construtiva com seus alunos. O computador em sala de aula é um simples instrumento que pode ser potencializado por um bom professor”. (BONIS, 2000 apud MERCADO, 2002).
Nesse sentido, o livro insiste na importância da formação interdisciplinar e colaborativa de professores, como passo essencial para nosso país conseguir enfrentar – e vencer – este desafio.
Delicie-se então com a escrita agradável e equilibrada de Ivanilson Costa, cujo objetivo é transformar sua visão sobre informática educativa e sua prática em sala de aula – ou em ambientes virtuais de aprendizagem.

João Mattar

Ensino à distância se sai melhor que presencial no Enade

da Folha
A educação a distância, no Brasil, ainda é vista com desconfiança por boa parte da sociedade. Os primeiros resultados no Enade (exame do MEC que avalia o ensino superior) dos alunos que ingressaram em cursos superiores com essa modalidade de ensino, no entanto, mostram que, na maioria das áreas, eles estão se saindo melhor do que os estudantes que fazem o mesmo curso, mas da maneira tradicional.
Pela primeira vez desde a criação do Enade (2004), o Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) comparou o desempenho dos alunos dos mesmos cursos nas modalidades a distância e presencial. Em sete das 13 áreas onde essa comparação é possível, alunos da modalidade a distância se saíram melhores do que os demais.
Quando a análise é feita apenas levando em conta os alunos que ainda estão na fase inicial do curso -o Enade permite separar o desempenho de ingressantes e concluintes-, o quadro é ainda mais favorável ao ensino a distância: em nove das 13 áreas o resultado foi melhor.
Nesses casos, turismo e ciências sociais apresentaram a maior vantagem favorável aos cursos a distância. Geografia e história foram os cursos em que o ensino presencial apresentou melhor desempenho.
A análise só dos concluintes ainda é limitada porque apenas quatro áreas de nível superior -administração, formação de professores, matemática e pedagogia- já têm concluintes em número suficiente para que seja tirada uma média e comparada com a dos demais.
Entre os concluintes, o melhor desempenho para estudantes a distância foi verificado em administração e matemática, enquanto em pedagogia e formação de professores o resultado foi inverso.
Apesar de bem aceita em outros países, a educação a distância -em que a maior parte do curso não é realizada em sala de aula, com um professor- ainda não deslanchou no Brasil.
Quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, sinalizou o incentivo dessa modalidade -regulamentada dois anos depois pelo governo federal- alguns especialistas esperavam um crescimento acelerado, afinal, o Brasil tinha -e ainda tem- uma imensa população sem nível superior espalhada por um território vasto.
Não foi isso, porém, o que aconteceu. Segundo o último Censo da Educação Superior do MEC, relativo a 2005, havia apenas 115 mil alunos matriculados em cursos de graduação a distância -o total de universitários foi de 4,5 milhões.
O censo mostra que os cursos despertam pouco interesse. Em 2005, foram oferecidas 423 mil vagas, mas apenas 234 mil estudantes se inscreveram em processos seletivos e, desses, somente 127 mil efetivamente ingressaram nos cursos.
Fogo cruzado
“Apesar das inúmeras experiências bem-sucedidas em outros países, o ensino a distância continua sob fogo cruzado no Brasil, com o argumento de que vai piorar a qualidade. Alguns até reconhecem o seu efeito democratizante, mas temem que traga ainda mais dificuldades a um sistema educacional com problemas. Os dois últimos Enades, no entanto, mostram que este temor é injustificado”, avalia o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior, Dilvo Ristoff.
A educação a distância é uma das principais apostas do Ministério da Educação na área de formação de professores.
Inspirado num programa iniciado há seis anos pelo governo do Rio, o MEC criou a UAB (Universidade Aberta do Brasil), que funcionará como um consórcio formado por universidades e centros federais que oferecerão cursos a distância.
O secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, diz que o foco na formação de professores nos primeiros cursos oferecidos pela UAB acontece não por uma limitação do curso a distância, mas sim para atender a uma demanda não atendida. “É possível estender a outras áreas, desde que não se abra mão da qualidade.”
Autor: Marco Bahé